Numa tarde de Outono
Havia um som de chuva
Que na janela ecoava
Parecia uma música,
Que, a dois tons, embalava
Os pensamentos que corriam
Na confusão da minha cabeça.
Não sabia que fazer
E, por isso, me deixei ficar
Embrenhada naquela inércia,
Tentando perceber
Que motivos podia ter,
O que me fazia estar
Nesse estado de melancolia.
Queria, a todo o custo,
Encontrar a maneira
De fugir à tristeza
Mas não há droga
Natural ou de laboratório
Que destes males seja
A miraculosa cura.
Se o coração apertar
E aquela gota, do verde
Olho correr, caindo no vazio…
Há que apenas tentar
Fazer da tristeza, o fio
Que tece a esperança
De rever a luz que se perde.
Catarina Azevedo (05.11.06)